domingo, 10 de maio de 2009

UM NOME QUE TAMBÉM É MEU


"Acordei de repente no meio da noite na rua alguém chamara: A N A !
Então o nome correu pelos ares como um duríssimo triângulo como um
papagaio
de pedra o meu nome é de basalto é uma corrente
bate nos meus ouvidos oiço os seus elos A---N---A---!"

--- --- ---

"ANA: se eu fosse disléxica e quisesse ler ANA jamais compreenderia
o que quer dizer ANA. Veria essas formas agudas - vértice, vértice, vértice
invertido
vértice. Mas não o que quer dizer ANA. Jamais compreenderia porque é
impossível
compreender o que quer dizer A - N - A. Por exemplo: o que se passa
na boca:
com uma certa força expelir o ar - A; um pouco de língua contra o céu
da boca
(empurrando levemente contra os dentes de cima) - N; outra vez expelir o ar
apoiando com uma certa força - A. Mas não é bem assim. O ar sai com a
descida
da língua. Há só um A - o primeiro - o último não é um A. É um
resto do
movimento do N com um pouco do ar do primeiro A, suspendido em N e
por fim expelido
em A, prolongamento de N.
ANA é isto.
Isso.
A língua quase não se move. É um nome muito tranquilo. Pacífico mesmo.
Para dizer ANA com força é preciso estar-se muito zangado. Normalmente
move-se
apenas a língua levemente dentro da boca. Não é preciso muito mais."
--- --- ---

Este singular poema é de ANA HATHERLY e está incompleto.
Podem lê-lo na íntegra no blog SENTIR SENTIDO, de O'Sanji.

A mim cabe agradecer-lhe a lembrança.
E ficar com vontade de a visitar mais vezes, ali e no PLANOALTO.

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14 comentários:

Maria disse...

Não conhecia este poema da A. Hatherly.
Nunca tinha pensado num nome assim, desta maneira... interessante...

Beijinhos, Ana
(nem te passa pela cabeça a quantidade de nomes que já disse, para saber dos movimentos... :) )

Duarte disse...

É um nome muito bonito, gosto muito. A minha avó paternal chamava-se Ana Francisca e eu nunca lhe pude chamar Ana, nem tive uma filha para dar-lhe esse nome.

Ademais foi o primeiro palíndromo que aprendi. A minha capicua de letras.

Um grande abraço

Cristina Caetano disse...

Não conhecia o poema. Fiquei testando enquanto lia. :)

Gosto de "Ana". Quase fui "Ana", aliás, "Ana Maria". :)
Minha bisavó paterna era Ana e minha avó materna, Maria.
Aí nasceu uma menina na rua e deram-lhe o nome de Cristina, mamãe gostou e me tornei Maria Cristina.

Beijinhos

Ana disse...

Maria,
Também achei bem curiosa esta autêntica "aula de dicção", além de que todo o texto é muito interessante.

E...tal como tu, entrei logo em experiências com outros nomes :)))

Haja quem nos aponte caminhos diferentes...

Beijinho

Ana disse...

Duarte,
Muita gente arrasta consigo, durante uma vda inteira, um nome de que não gosta.
Eu sempre gostei do meu, só tenho a agradecer a quem me baptizou...

Acho Ana Francisca um nome lindíssimo. Recordar esse nome já é uma pequena compensação, se não chegaste a conhecê-la.

Para os meus 5 netos eu sou a Avó Ana. Para distinguir das avós paternas :)))

Beijinho

Ana disse...

Cris,
Não sabia que quase tinhas sido minha "chará":))))(é assim que se diz em terras de Vera Cruz, não é?)

A minha filha mais velha é Ana como eu e Cristina com tu...

Olha aonde nos leva este poema duma Ana ilustre...

Beijinho

Cristina Caetano disse...

:) É, quase, quase fomos. :) :) É xará (só que com "x"), sim. :)
Beijinhos

O'Sanji disse...

De muitas Anas se faz um nome...
A-N-A!
Gostei de poder partilhar o nome e o poema. :)

poetaeusou . . . disse...

*
um bem-haja a todas as Anas,
um nome que me "Diz" muito,
,
.........A..........
......A..N..A.......
...A..N..A..N..A....
A..N..A.....A..N..A.
...A...........A....
,
Ana Karenina de Liev Tolstoi
......... Recordei ……….
,
Conchinhas nocturnas, envio,
,
*

Ana disse...

Cris,
XARÁ, então.
Tomei nota:)))

Beijinho

Ana disse...

O'Sanji,
E eu gostei muito de o ter lido.

Aposto que quem por aqui passa também gostou e, se ainda não conhece, irá certamente em demanda dum PLANOALTO e dum SENTIR SENTIDO...

Beijinho

Ana disse...

Poeta,
Acho que é a segunda vez que tenho um comentário desenhado:)))

O livro foi lido há séculos.
A nova versão do fime, em DVD, é vista com uma certa frequência.
A ver se encontro alguma coisa no YouTube para a minha "poeira"...

Beijinho

observatory disse...

o mais equilibrado dos nomes.

remeto-a para as tisANAs...

para cronicas ANAcronicas

quase poemas

e outras neo prosas

para...

:)

Ana disse...

César (ou será Irmã Maria da Cruz?)

Acabo de cHegar de uma incursão ao seu insólito OBSERVATORY.

A desilusão com este pouco admirável mundo novo, encontrei-a entre todas aquelas fotos esbatidas.
A merecer outras visitas.

Muito obrigada pelo simpático comentário.