sexta-feira, 29 de maio de 2009

POEIRA DE ESTRELAS

A PLACE IN THE SUN - 1951
(Um Lugar ao Sol)

Remake do filme de 1931, inspirado no romance de Theodore Dreiser, "AN AMERICAN TRAGEDY", realizado e produzido por George Stevens.

Esisabeth Taylor surge aqui na magnificência dos seus 16 anos, pouco mais que uma menina e já uma mulher deslumbrante.

O filme esteve nomeado para 9 Óscares da Academia, tendo recebido 5:
MELHOR FILME A PRETO E BRANCO
MELHOR REALIZAÇÃO - George Stevens
MELHOR BANDA MUSICAL -(para drama ou comédia) - Franz Waxman
MELHOR MONTAGEM - William W. Hornbeck
MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO - Harry Brown e Michael Wilson.

INTÉRPRETES:
Montgomery Clift, Elisabeth Taylor, Shelley Winters, Keefe Brasselle, Ane Revere, Fred Clark e Raymond Burr.

Tenham um bom fim de semana.

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QUE PAÍS...

É o sexto livro de António Cagica Rapaz e encontra-se à venda desde ontem (Editora FONTE DA PALAVRA).

O autor decidiu surripiar 276 bilhetes-postais entregues pelo CARTEIRO, durante o ano de 2008, para os converter em saboroso e bem humorado livro, recheado de umas quantas farpas que soube cravar, exactamente, "en su sítio".

Suspeita-se que alguns, de entre os destinatários de tais bilhetes, possam, eventualmente, achar-lhes pouca graça, o mesmo não sucedendo com todos os demais.

Deixo aqui os meus agradecimentos ao Dr. Cagica Rapaz a quem fico a dever deliciosos momentos de leitura.

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

MEU CARO HEORHIJ

Eu não sei falar Ucraniano, tu se calhar não dominas bem o Português, embora tenhas sido capaz de dominar razoavelmente a Natália, fosse em Ucraniano, Português ou Russo, a prova é que, passados 9 meses, nasceu a Alexandra.
Já se sabe da tendência para a pingoleta, nos vossos países de origem.
Por lá é geralmente a vodka, por cá a rapaziada enfrasca-se alegremente em cerveja até caír para o lado.
Costumes.
O essencial é mesmo caír para o lado, tu calhaste a caír para cima da Natália ou vice-versa, tanto faz, que o pormenor tem pouca relevância, a esta altura do campeonato e dois bebedanas sempre se divertem mais do que um só.
Ficou a boa da Natália de barriga, tu piraste-te para Espanha a todo o vapor e o azar veio a caír por inteiro sobre uma filha que nem pediu para vir a este mundo.
Fosses tu homenzinho e tinhas pedido o poder paternal como fez o Baltazar Nunes, tendo sido mais do que provável que os juízes te tivessem reconhecido os direitos, dado o precedente do caso Esmeralda.
Mal por mal, antes Espanha do que Rússia, digo eu e aposto que a Alexandra também.

Acredito que não sintas por ela aquele intenso amor paterno que levou o Baltazar a tirar a Esmeralda ao casal Gomes.
Sei é que, tivesses tu pensado só um bocadinho nas potencialidades da coisa, verias logo que nem precisavas mais de trabalhar nas obras, com os direitos de exclusividade que te pagaria qualquer jornal ou cadeia de televisão, pelas reportagens que a menina iria render.
Além de que ficavas logo famoso, o que, como toda a gente sabe, é a coisa mais importante da vida.
Abichavas também uns bons fatos de marca para aparecer em tribunal, mais algumas camisas, sapatos e gravatas (cor de rosa, ou não).
Tinhas sempre a hipótese de deixar a Alexandra passar férias com o casal que a acolheu aqui em Portugal quando ela era bebé, enquanto tu te dedicavas a estafar a massa ganha à custa do caso.
Mas não.
Lá se foi a miúda para a Rússia e o papel de estrela para a Natália, é ver como aquela cena das palmadas já entrou em nossas casas aí umas 937 vezes (talvez mais), enquanto que, da tua cara, ainda ninguém viu uma amostra que fosse.
Pensa nisto, Heorhij, pensa nisto da próxima em que voltares a caír para cima doutra qualquer Natália, pelos caminhos da vida.

Olha, ainda vais a tempo de sacar um contrato com algum banco e entrares num spot publicitário assim tipo "ONDE VAI ESTAR A ALEXANDRA DAQUI A TRÊS ANOS?"

Como estás em Espanha, termino desejando:
Que lo pases bien.

Uma portuguesa bem intencionada.

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Etiquetas: PAIS, MÃES e o muito citado
"SUPERIOR INTERESSE DA CRIANÇA"
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segunda-feira, 25 de maio de 2009

A INFLUÊNCIA DOS RAIOS GAMA NO COMPORTAMENTO DOS MARINHOS

Esteve quase a ser piloto-aviador, mas decidiu-se afinal pelo curso de direito.
De Vila Real (seu berço), rumou o nosso herói a Coimbra onde, entre livros, lutas estudantis e vida boémia, foram decorrendo os anos.

Segundo parece, foi um tórrido romance com uma aluna de medicina que o levou, uma noite, a um encontro num laboratório da Faculdade, onde se faziam experiências com raios gama e nanopartículas, coisa pouco divulgada, à época.
O entusiasmo estava ao rubro quando, por um infeliz descuido, os nossos pombinhos se encostaram aonde não deviam.
Ao tocarem inavertidamente no botão ON dum aparelhómetro estranho, provocaram uma explosão de raios coloridos duma luminosidade que quase os cegou e por pouco os ia partindo.
Mais lesta, a jovem, gritando "Ai Jesus que estou desgraçada!" deu de frosques, espavorida, não voltando a ser vista em Coimbra.
Marinho que já na altura era bastante pesadote e nada ágil, ficou ali estatelado no chão, feito barata tonta debaixo de toda aquela radiação.

Só alguns anos mais tarde se iriam constatar as consequências desastrosas dessa noite fatídica.
Volta e meia começava a crescer uma força estranha dentro de si, o corpo inchava (ainda mais), as pupilas dilatavam e o rosto esverdinhava.
Nesses momentos sentia-se invencível, soltava uns gritos meio roucos e atirava-se para cima de quem lhe aparecesse à frente.
E era um ver se te avias.
A seguir, passada a crise, retomava o aspecto normal e refugiava-se em casa, exausto, desejoso de recolher ao leito onde adormecia lendo livrinhos de banda desenhada da Marvel.

Lá chegou o dia, contudo, em que os acessos se tornaram ainda mais fortes e ele, entre ameaças e injúrias, desatou a partir à pedrada, indiscriminadamente, todos os telhados de vidro da família, colegas e amigos.
Uma razia.

Dizem que foi aí que teve início um grande movimento de fundo "anti-hulk", que reúne vários sectores da vida política e profissional do país, saturados de tanta agressão e loiça partida.
O "VEOM" (VAITEMBORÓMELGA) encetou já contactos com um laboratório secreto da NASA, com vista a obter tecnologia capaz de erradicar de vez a criatura, do espaço nacional.

Manuela Moura Guedes terá sido vista, entretanto, na sala VIP do aeroporto da Portela, de óculos escuros e máscara cirúrgica, transportando uma grande mala.

Aguardam-se ansiosamente os próximos capítulos.

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

SOMBRAS


UMA FRINCHA NA JANELA

«O primeiro quarto da minha vida, que conheci e foi conhecido como quarto de mim, dava para um saguão. O Sol nascia nas traseiras do prédio desse quarto e bastante cedo passava por cima do dito saguão, iluminando-o vagamente. Quando eu acordava, sabia que era amanhã porque, no alto das portadas de madeira da janela que me ficava diante da cama (num pequeno espaço rectangular que a separava do tecto), em vez do escuro breu, se desenhava um pálido brilho, mais luminoso no centro, mais sombreado nos flancos. Posta a situação do quarto, a sombra era o que mais se dissolvia, mas a dissolução era tanta que por força havia de haver alguma luz, luz que só podia ser a luz do dia.
Quando acordava antes que me acordassem, ou quando estava doente, essa sombra era, literalmente, uma sombra de nino, como se chama a uma pessoa que persegue outra e não a larga. Mas nenhuma pessoa eu via. Via era uma orla marítima, com uma estreita tira de areia branca e um mar calmíssimo a perder-se no horizonte. E, do lado esquerdo, onde a zona penumbrosa era predominante, vinha uma montanha com a forma de uma ursa, repousando focinho e patas dianteiras no mar-chão. Demasiado bem conhecia essa montanha. Até pelo nome de Outão a conhecia. Não tinha dúvidas. Era a Arrábida que me vinha visitar em fotografia a preto e branco, ou em filme a preto e branco, porque a imagem se animava e nunca era a mesma pelo mesmo tempo. Nunca ninguém, crescido, me acreditou ou acreditou em tais visões. E, como mais ninguém partilhava esse quarto de criança, só em mim confiava para essa luminosa identificação. Visualmente, era uma visão pacificadora. Mas, às vezes, angustiava-me.»

*****
(...)
«Assim, de praias da Arrábida o que resta? Uma língua de areia a meio do Portinho, cheia de barracas e palhotas de colmo, onde me dizem que em Julho e Agosto se juntam caravélicas multidões.»
(…)
«Sozinho, percorro eu esse melancólico carreiro, quando numa volta dele, o telefone desata a tocar.»
(…)«Do outro lado, uma voz feminina pedia desculpa pelo “incómodo”, mas não sabia se eu sabia que tinha morrido “o actor Paul Newman”. Eu não sabia. Então perguntou-me se eu não queria dar um depoimento (era de uma rádio) sobre “como me situava face à morte do actor Paul Newman “. “Como me situava?” respondi e perguntei atónito. Apeteceu-me dizer-lhe que me situava numa curva de caminho escabroso, mas, como nos vamos habituando a tudo, aceitei o tal comentário, debitando meia dúzia de lugares-comuns ou de clichés feitos. Acho que até cheguei aos jeans e aos olhos azuis . No fim, a senhora, menina ou lá o que fosse saiu-se com esta:”Mas lamenta ou não lamenta a morte do actor?”. Só nessa altura desliguei.»

*****
Foram palavras escritas por João Bénard da Costa, excertos de duas crónicas suas, no "Público".
Uma no dia de Natal de 2003, a outra, no Verão passado.

E hoje não me apeteceu colocar aqui o habitual clip de cinema.

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

NEM SABES NO QUE TE METESTES!

Atão a SINHORA DOUTORA (12 anos na iscola, 4 na faculdade, 2 nos istágios, 2 numa pós-graduaçón e 1 numa especializaçón) bai falar dessas coisas para a iaula e depois admira-se, carago?

E ameaçar assim... "Quem corrige os testes sau eu-e, por isso é comigo que bais ter que te ber (...) e o teu último namorado són tuodos amiguíssimos do meu filho! "(...)

Num se faz.
Tal como falar de "linguados" e "cuecas molhadas" assim, com sete pedras na mão, só podia dar mau resultado.

A Sinhora Doutora aproveite o período de suspensão para ver se relaxa um bocadinho, engula uns calmantes, passe bem os olhos pela gramática que já está esquecida, veja se mete umas explicações com a Paula Bobonne e, sobretudo, beba litradas de chá para tentar amaciar essa casca que é bastante grossa, se me permite a observação.

E depois volte, mais calma de preferência.
Porque, apesar de tudo, há alunos que gostam de si.

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segunda-feira, 18 de maio de 2009

UM DISNEYWORLD À NOSSA MEDIDA

Andávamos nós em processo de entristecimento gradual com a partida dos Três Porquinhos, vitimados pela nova estirpe de vírus que por aí anda a fazer das suas, quando deparámos com a última edição dum semanário de referência que traz uma entrevista concedida na longínqua China por uma personagem digna duma animação Disney (ou Pixar, ou coisa parecida).
Temos portanto para consumo interno, e não só, um TIO PATINHAS E OS TRÊS PRIMINHOS.
Porreiro, pá.
O Tio Júlio Donald (conhecido carinhosamente em Cascais por "Tio Patinhas") vive a esconder-se de jornalistas da TVI e do Público, encafuado na sua mansão de luxo, entre banhos de piscina aquecida e ordens de transferência das suas moedas de ouro, para ilhas muito, muito longínquas, verdadeiros paraísos segundo a versão dos mais invejosos.
Já a mana Adelaide Hortênsia mora em Lisboa e passa os dias amargurada pelo desaparecimento duns registos que provavam ser ela a proprietária do modesto T zero que ocupa esporadicamente.

Parece que o Tio Júlio, que é sovina, foi falar com um dos seus sobrinhos - o ZÈZITO (também conhecido por "MENINO d'OURO" - dando-lhe conta dum interessante negócio que metia lavandarias, cabines de duche escocês e panelas de pressão.
Quando a coisa chegou aos ouvidos do PRIMO HUGUITO, não esteve este com hesitações e, batendo o portão da moradia da Quinta do Lago, enfiou-se no Porsche enquanto o diabo esfrega um olho e, prego a fundo, rumo a Lisboa, saiam-me da frente que isto é uma pressa e eu também tenho direito a comer com a família.
Vai daí, salta-lhe um cão à estrada, a travagem brusca faz-lhe bater com a língua nos dentes e, facto extraordinário, tem uma visão com o Dalai Lama.
Doravante não descansará mais até abandonar de vez a sua vida de betinho e dedicar-se de alma e coração às artes marciais, lá para as bandas de Shaolin onde já é conhecido por "WO GUO"- "O GUERREIRO PROFUNDO".

O PRIMO ZÈZITO, que tinha vindo a somar, paulatinamente, licenciaturas por fax, em várias artes (não marciais), após muita prática em prestidigitação, contorcionismo, magia, malabarismo e forças combinadas, é hoje dono dum circo onde não faltam palhaços.
Uns, ricos.
Muitos, pobres.

Falta ainda o TERCEIRO PRIMINHO da história.


O LUIZITO permanece, por enquanto, remetido ao silêncio e sem que os jornais falem na sua existência.
Há quem diga que se encontra, incógnito, nos Açores, a estudar os segredos do anti-ciclone, os centros de altas e baixas pressões e assim.
A bem da Família.

Mas o senhor dos duches escoceses é que sabe.

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sábado, 16 de maio de 2009

RECORDANDO SINATRA

Quando, há dois dias, tentei postar um vídeo de Frank Sinatra, na data do seu desaparecimento - passaram-se 11 anos - não me foi possível, tal como já tinha acontecido no ano passado.
Por isso o faço hoje, por coincidência enquanto a RTP2 exibe o primeiro de dois filmes interpretados por ele:
"Deus Sabe Quanto Amei" e "Os Sete Ladrões da Cidade"

1967 foi o ano que reuniu pela primeira vez num palco Frank Sinatra e Tom Jobim.
Nessa época, ambos estavam no seu apogeu e o LP que daí resultou foi, na minha opinião, um dos mais felizes.

Tal como a música de Jobim, a voz de Sinatra é eterna.

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sexta-feira, 15 de maio de 2009

POEIRA DE ESTRELAS

"THE SANDPIPER" - 1965
(Adeus Ilusões)

REALIZAÇÃO - Vincente Minnelli
PRODUÇÃO - Martin Ransohoff
MÚSICA - Johny Mandel
ARGUMENTO - Irene e Louis Kamp, Michael Wilson e Dalton Trumbo

A canção "THE SHADOW OF YOUR SMILE" ganhou o Óscar para a melhor canção original.

ACTORES:
Elisabeth Taylor, Richard Burton, Eva Marie Saint, Charles Bronson, Robert Webber.
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Como, infelizmente, continua a razia aos bons clips, o de hoje, editado por uma Miss Karin, não é exactamente o que eu escolheria.
Digamos que, a partir duma certa altura, os efeitos visuais são de gosto mais do que duvidoso.
E aos 4:38 minutos, a sobreposição das vozes de Shirley Bassey e Vic Damone, cantando em tons diferentes, é um atentado a quem tem bom ouvido.
Aqui, talvez seja avisado desligar o som...

Tenham um bom fim de semana

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quinta-feira, 14 de maio de 2009

PIRATAS HÁ MUITOS

Dizem as más línguas (e o Público) que cerca de 40 médicos viajaram até à Malásia para um congresso de Ginecologia que incluía no programa a visita a uma ilha distante, onde os clínicos gozaram umas horas de descontracção, disfarçando-se de piratas.
Presume-se que um laboratório ofereceu as passagens e estadia e houve um qualquer Pequito que resolveu ir dar à dica para os jornais.
Caíu o Carmo e a Trindade!

Num tempo em que tanto se tem falado doutros piratas (que não brincam aos médicos, em serviço) lá para as bandas da Somália, para já não citar esses outros monstros terríveis que fazem downloads disto e daquilo na Internet, vêm agora umas almas indignar-se com o bom ou mau gosto duns tantos clínicos em momentos de lazer!

Se eles se tivessem travestido ou tomado parte nalguma sessão sado-masoquista, ou de swing ou coisa parecida, aposto que já não haveria ninguém ousando ofender o seu direito à imagem e à privacidade.
Agora, de piratas é que não pode ser. É escandaloso.
Bem sei que há fatiotas e fatiotas e estas, se calhar, caíam melhor num Dr. Marinho Pinto, por exemplo.
Ou num Dr. João Cordeiro.
Ou mesmo num Dr. Rogério Alves.
Para já não falar num Comendador Berardo que só veste fatinhos pretos e teria que encomendar a fantasia à Ana Salazar.
A verdade é que, de mansinho, de mansinho, começam a pulular por aí uns torquemadas, assim como quem não quer a coisa.

Já eu, quando me vejo estiraçada numa daquelas inestéticas marquesas, só sinto vontade de ver o ginecologista a quilómetros de distância e Kuala-Lumpur é um destino como qualquer outro.
Pode vestir-se de pirata, de Carmen Miranda ou de Noddy.
Para mim, tanto faz.

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quarta-feira, 13 de maio de 2009

SPLEEN

Tanto o Richard como o Enrico parecem um bocado parados...
Estão como eu.

É o spleen.

Fica, então, a música.
Só.

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segunda-feira, 11 de maio de 2009

MAUS OLHADOS

Está-me cá a parecer que o Senhor Primeiro Ministro anda a precisar duma benzedura, sei lá, uma ida ao Professor Bambo ou coisa parecida, que isto não anda a correr-lhe nada bem.
Ele é a quantidade de boataria que para aí se tem levantado de há uns tempos a esta parte, pondo em dúvida o seu carácter; ele é a própria família a tentar encravá-lo; ele têm sido as campanhas de marquetingue com umas criancinhas que não ficaram bem na fotografia e os paizinhos a refilarem; ele foram os contratos do Magalhães com o Tio Chávez, que deram bota; ele é aquele cão do Moniz (maldito seja) que não lhe larga as canelas; ele foram os papéis da escritura da mãezinha, que se volatilizaram.
E agora até a ENERGIE o deixa ficar mal, depois do Senhor (e o Zé pagante, valha a verdade) financiarem metade do preço do equipamento a fundo perdido, mais umas valentes deduções fiscais?

Lá que uns cidadãos garganeiros tenham ido a correr investir em painéis solares e lhes tenham saído na rifa bombas de calor, ainda vá que não vá.
Agora, empenhar-se uma pessoa em fazer disto um país de PAINELEIROS e conseguir apenas uns quantos BOMBEIROS é que é verdadeiramente confrangedor.

Sinceramente: só pode ser encosto!

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domingo, 10 de maio de 2009

UM NOME QUE TAMBÉM É MEU


"Acordei de repente no meio da noite na rua alguém chamara: A N A !
Então o nome correu pelos ares como um duríssimo triângulo como um
papagaio
de pedra o meu nome é de basalto é uma corrente
bate nos meus ouvidos oiço os seus elos A---N---A---!"

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"ANA: se eu fosse disléxica e quisesse ler ANA jamais compreenderia
o que quer dizer ANA. Veria essas formas agudas - vértice, vértice, vértice
invertido
vértice. Mas não o que quer dizer ANA. Jamais compreenderia porque é
impossível
compreender o que quer dizer A - N - A. Por exemplo: o que se passa
na boca:
com uma certa força expelir o ar - A; um pouco de língua contra o céu
da boca
(empurrando levemente contra os dentes de cima) - N; outra vez expelir o ar
apoiando com uma certa força - A. Mas não é bem assim. O ar sai com a
descida
da língua. Há só um A - o primeiro - o último não é um A. É um
resto do
movimento do N com um pouco do ar do primeiro A, suspendido em N e
por fim expelido
em A, prolongamento de N.
ANA é isto.
Isso.
A língua quase não se move. É um nome muito tranquilo. Pacífico mesmo.
Para dizer ANA com força é preciso estar-se muito zangado. Normalmente
move-se
apenas a língua levemente dentro da boca. Não é preciso muito mais."
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Este singular poema é de ANA HATHERLY e está incompleto.
Podem lê-lo na íntegra no blog SENTIR SENTIDO, de O'Sanji.

A mim cabe agradecer-lhe a lembrança.
E ficar com vontade de a visitar mais vezes, ali e no PLANOALTO.

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sexta-feira, 8 de maio de 2009

POEIRA DE ESTRELAS

Retomando a tradição da casa, regressa a "POEIRA".

Vai sendo de cada vez mais difícil postar um bom clip. Vários dos que eu tinha seleccionado e arrumado têm vindo a ser retirados do YouTube.
Foi o caso da minha primeira escolha para hoje.
Fica o prémio de consolação, com fraca qualidade de imagem.

VERTIGO 1958
(A Mulher Que Viveu Duas Vezes)

REALIZAÇÃO e PRODUÇÃO - Alferd Hitchcock
DIRECÇÃO ARTÍSTICA - Hal Pereira e Henry Bumstead
MÚSICA - Bernard Herrman
SOM - George Dutton

Teve 2 nomeações para os Óscares da Academia:
MELHOR DIRECÇÃO ARTÍSTICA e MELHOR SOM.

Ficou incluído entre os 100 melhores filmes americanos de sempre, segundo o AMERICAN FILM INSTITUTE.

INTÉRPRETES:
James Stewart - Kim Novak - Barbara Bel Geddes - Tom Helmore - Henry Jones.

Tenham um bom Fim de Semana.

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

O VERDADEIRO ARTISTA

Acho imperdoável estes senhores nunca terem ido ao programa do Goucha.
Ou ao da Fátima.
Ou assim.

E como diz a letra, a uma certa altura,
"TODO O ARTISTA,PARA VENCER,
TEM QUE TER SOCIEDADE
E PARA CRESCER
TEM QUE HAVER MUITA PUBLICIDADE..."

Aqui fica a minha contribuição. Modesta.
Com um certo atraso, infelizmente.
Mas, olhem, foi o que se conseguiu arranjar.

Enjoy.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A UNIDADE VITAL

Ainda os festejos do 1º de Maio mal tinham arrefecido e já o Senhor Ministro da Administração Interna baptizava a nova Unidade Especial de Polícia com o nome do vilipendiado herói desse dia.
Foi um gesto bonito.
E muito bem pensado se repararmos que a Unidade Vital irá dedicar-se a "FAZER FRENTE, COM SUCESSO, À CRIMINALIDADE VIOLENTA E GRAVE" (se é violenta, é grave mas compreende-se a ênfase).
E cá temos incluídas, com certeza, as ofensas à integridade física e corrijam-me se estiver errada.

O local foi também criteriosamente escolhido:
A QUINTA DAS ÁGUAS LIVRES só pode ser uma alegoria às águas que fizeram correr, livremente, sobre os ombros do futuro deputado ao Parlamento Europeu.

Que a Unidade Vital integre o GRUPO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS, o CORPO DE INTERVENÇÃO e o CENTRO DE INACTIVAÇÃO DE EXPLOSIVOS, é perfeitamente natural e nem merece que vos canse com pormenores fastidiosos ao alcance do entendimento de qualquer cabecinha pensadora.

Agora, quanto ao GRUPO OPERACIONAL CINOTÉCNICO é que o Senhor Ministro vai ter de se explicar melhor, se fizer o favor:
A que virá aqui a canzoada?

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

O FECHO ÉCLAIR

Recebido por e-mail.
Se isto for verdade, podemos começar a pensar em "fechar a loja"...


VOTAÇÃO NO PARLAMENTO EUROPEU NO DIA 5 DE MAIO DE 2009

Todos os que têm um site ou blog, bem como todos aqueles que usam o Google ou o Skype, todos aqueles que gostam de expressar as suas opiniões livremente, investigar o que lhes interessa da forma que entendem, seja para questões pessoais, profissionais ou académicas, todos os que fazem compras online, amigos online, ouvem música ou vêm videos...poderão, em breve, ver-se impedidos de o fazer.

Milhões de europeus dependem da internet, quer seja directa ou indirectamente, no seu estilo de vida. Tirá-la, limitá-la, restringi-la ou condicioná-la, terá um enorme impacto naquilo que fazemos. E se um pequeno negócio depender da internet para sobreviver, torná-la inacessível num período de crise como o que vivemos não pode ser bom.

Pois a internet que conhecemos está em vias de extinção através das novas regras que a União Europeia quer propôr no final de Abril. Segundo estas leis, os provedores de serviço, ou seja: as empresas que nos fornecem a internet, PT, Zon, Clix entre muitas outras, vão poder legalmente limitar o número de websites que visitamos, além de também nos poderem limitar o uso ou subscrição de quaisquer serviços que queiramos, de algum site.

As pessoas passarão a ter uma espécie de pacotes de internet parecidos com os da actual televisão. Será publicitada com muitos "novos serviços" mas estes serão exclusivamente controlados pelo seu fornecedor e com opções de acesso a sites altamente restringidas.

Isto significa que a internet criará pacotes de acessibilidade que não se adequam ao uso actual que lhe damos hoje.

A razão é simples:
Hoje a internet permite trocas entre pessoas que não são controladas ou promovidas pelo intermediário (o estado ou uma grande empresa), e esta situação melhora de facto a vida das pessoas mas força as grandes corporações a perderem poder, controle e lucros. E é por isso que estas empresas forçam os políticos "amigos" a agirem perante esta situação.

A desculpa é a pirataria de filmes e música, mas as verdadeiras vítimas seremos todos nós, a democracia e a independência cultural e informativa do cidadão.

Recentemente, vieram com a ideia de que a pirataria de vídeos e música promove o terrorismo (http://diario.iol.pt/tecnologia/mapinet-internet-pirataria-terrorismo-crime-tvi24/1058509-4069.html ) para que seja impensável ao cidadão comum não estar de acordo com as novas regras...

Pense no modo como usa a internet! Que significaria para si que a liberdade de escolha lhe fosse retirada?

Hoje em dia, a internet permite-nos fazer compras online, reservar bilhetes de cinema, férias, aprender coisas novas, procurar emprego, aceder ao nosso banco e fazer comércio.

Mas também nos oferece coisas divertidas como namorar, conversar, convidar amigos, ouvir música, ver humor, ou mesmo ter uma segunda vida.

Ela ajuda-nos a expressarmo-nos, inovarmos, colaborarmos, partilharmos, ajuda-nos a ter novas ideias e a prosperar... tudo sem a ajuda de intermediários.

Mas com estas novas regras, os fornecedores de internet escolherão onde faremos tudo isso, se é que nos deixarão fazer.
Caso os sites que visitamos, ou que nós criámos não estejam incluídos nesses pacotes oferecidos por estas empresas, ninguém os poderá encontrar.
Se somos donos de um site ou de um blog e não formos ricos ou tivermos amigos poderosos, poderemos ter de fechar.

Só os grandes prevalecerão, com a desculpa de que os pequenos não geram tráfego suficiente para justificar serem incluídos no pacote.
Continuaremos a ter a Amazon, a Fnac ou o site das finanças, mas poucos mais.

Os telefonemas gratuitos pela internet decerto que acabarão ( como já se passa nalguns países da Europa) e os pequenos negócios e grupos de discussão desaparecerão, sobretudo aqueles que mais interessam, os que podem e querem partilhar a sua sabedoria gratuitamente com o mundo.

A proposta no Parlamento Europeu arrisca o nosso futuro porque está prestes a tornar-se lei, uma lei quase impossível de reverter.

Muitas pessoas, incluíndo deputados ao Parlamento Europeu que a vão votar positivamente, não fazem a menor ideia do que isto pode querer dizer, nem se apercebem das implicações brutais que estas regras terão na economia, sociedade e liberdade. Estas medidas vêm embrulhadas numa coisa chamada "Pacote das Telecom´s" disfarçando estas leis em algo que apenas se relacionará com a indústria das telecomunicações.

Nestas leis propostas, estão incluídas regras que obrigam as Telecoms a informarem os cidadãos das condições em que o acesso à internet é fornecido. Parece ser uma coisa boa, em nome da transparência, mas não passa de uma diversão para poderem afirmar que podem limitar o nosso acesso à liberdade na internet, apenas terão é que informar-nos disso.
O futuro da internet está em jogo e precisamos de agir já para o salvar.

Diga ao Parlamento Europeu que não quer que estas alterações sejam votadas.

Lembre-os que as eleições europeias são em Junho e que a internet ainda nos dá alguma liberdade para que possamos observar e julgar os seus actos no Parlamento.

Saiba que não está sozinho(a) nesta luta... Enquanto lê isto, centenas e centenas de outras organizações estão a trabalhar para que esta mensagem chegue a quem de direito. Milhares de pessoas estão também a contactar os seus deputados neste sentido. Ajude-se a si mesmo, colabore e faça o que pode por esta causa...

A internet é tão sua como deles...
Pode também escrever aos seus deputados...
Estes são os nossos deputados no Parlamento Europeu:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Deputados_de_Portugal_no_Parlamento_Europeu_(2004-2009)

ou

http://www.europarl.europa.eu/members/expert/groupAndCountry/search.do;jsessionid=69ADF04943C000194117E9C7032EEC31.node1?country=PT&language=PT



Para mais informações sobre a lei:

http://www.laquadrature.net/en/telecoms-package-towards-a-bad-compromise-on-net-discrimination

http://www.laquadrature.net/wiki/Telecoms_Package

http://en.wikipedia.org/wiki/Telecoms_Package

http://www.blackouteurope.eu/


Sem comentários da minha parte...

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domingo, 3 de maio de 2009

MÃE


«Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
Tenho medo da vida, minha mãe.
Canta a doce cantiga que cantavas
Quando eu corria doido ao teu regaço
Com medo dos fantasmas do telhado.
Nina o meu sono cheio de inquietude
Batendo de levinho no meu braço
Que estou com muito medo, minha mãe.
Repousa a luz amiga dos teus olhos
Nos meus olhos sem luz e sem repouso
Dize à dor que me espera eternamente
Para ir embora. Expulsa a angústia imensa
Do meu ser que não quer e que não pode
Dá-me um beijo na fonte dolorida
Que ela arde de febre, minha mãe.

Aninha-me em teu colo como outrora
Dize-me bem baixo assim: — Filho, não temas
Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.
Dorme. Os que de há muito te esperavam
Cansados já se foram para longe.
Perto de ti está tua mãezinha
Teu irmão. que o estudo adormeceu
Tuas irmãs pisando de levinho
Para não despertar o sono teu.
Dorme, meu filho, dorme no meu peito
Sonha a felicidade. Velo eu

Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
Me apavora a renúncia. Dize que eu fique
Afugenta este espaço que me prende
Afugenta o infinito que me chama
Que eu estou com muito medo, minha mãe.»

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Etiquetas: "MATERNIDADE" de Gustav Klimt.

"MINHA MÃE"- Vinícius de Moraes. ("Poesia completa e prosa").

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sexta-feira, 1 de maio de 2009

OS DESÍGNIOS DE DEUS

Não há volta a dar.
Quando menos esperamos...O HOMEM PÕE E DEUS DISPÕE.
Sobretudo se está profundamente embrenhado numa campanha eleitoral.


Felícia Cabrita já devia ter reparado que aquilo ali não é exactamente "a casa da mãe Joana".
É a da mãe Adelaide, o que faz toda a diferença.
E a mãe Adelaide, por sinal (ou por inspiração divina, sei lá), soube escolher muito bem o bairro onde foi fazer a escritura da sua casinha: SANTOS.
Que "a uma boa mãe todos os SANTOS ajudam" e se o provérbio não é exactamente assim, podia e devia ser.

Isto tanto pode tratar-se dum milagre, como dum presentinho antecipado pelo Dia da Mãe.
Provavelmente, um presentinho sob a forma de milagre.
Muito ternurento, diga-se de passagem.
Abençoada mãe capaz de gabar-se, com absoluta razão, de ter gerado um filho que é um verdadeiro menino de ouro, um deus na terra.

Claro que à mãe Adelaide vai continuar a ser impossível apresentar ao fisco a sua declaração de património, já que a papelada relativa ao Imposto de Sisa, à identificação da procuradora que - segundo a escritura - representava a empresa vendedora do apartamento (a STOLBERG INVESTMENTS LIMITED, uma offshore das Ilhas Virgens Britânicas) e o certificado de Incorporação da Sociedade, com os respectivos documentos... foi um ar que lhes deu.
Paciência.
E se, de todas as escrituras daquele ano, esta foi a única que levou sumiço, segundo constatou a estupefacta notária, quem somos nós, afinal, para pormos em causa
OS DESÍGNIOS DE DEUS?

Tal sacrilégio só poderia ter lugar, eventualmente, nalgum canal de televisão que tivesse começado por pertencer á Igreja tendo vindo a transformar-se, posteriormente, num autêntico albergue de demónios.
Vade retro!!!

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