quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

VIDAS PRIVADAS

O homem que se dizia casado com a Pátria, dizem as más línguas, também não desdenhava do fruto proibido.
Seria, além disso, supersticioso, "ávido coleccionador de canivetes" e até terá bebido absinto, numa festa oferecida por Duarte Pacheco.
Quanto ao fruto proibido, pròpriamente dito, teremos agora ocasião para tirar o caso a limpo, vendo os dois episódios que a SIC irá mandar para o ar, nos próximos dias 8 e 9.
Preparemo-nos para ver um Salazar um pouquinho diferente e em inusitadas situações, a saber:
1 - Com a Felismina, nas moitas.
2 - Com a Viscondença (não me chame viscondença, que me põe tensa) Carolina Asseca, no banco do jardim.
3 - Com a Julinha, no piano.
4 - Com a Maria Emilia (astróloga), em preparos ainda mais picantes. Parece que esta senhora não se fazia esquisita e tanto marchava um ministro das Finanças, como um Norberto Lopes, ou mesmo alguma amiga que estivesse por perto (é o toquezinho lésbico que não deve faltar).
Sai uma Soraia Chaves para a mesa do canto, que é o que temos de melhor para uma cena tórrida..
5 - E com a Christine Garnier que, infelizmente, diz que tinha dois defeitos: não gostava de água e cheirava a sovaquinho.

Isto promete.
Aguarda-se, da TVI, que anuncie um episódio especial do EQUADOR, para Domingo. De preferência, com as tais cenas do Kamasutra que tão badaladas têm sido.
E para Segunda-feira, que se amanhe e se resigne a uma baixa catastrófica no share de audiências.

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29 comentários:

Maria disse...

Por acaso estou curiosa...
Será que o filme fala da "relação especial" do homem com o cardeal cerejeira?
:)))

Um beijinho
p.s. (salvo seja) onde é que entra a d. maria?

Ana disse...

AOS PURISTAS:
Espero que não fiquem chocados com o "VISCONDENÇA" porque continua muito em voga.

Ana disse...

Maria:
Eu cá não sou de intrigas.
No jornal não havia nenhuma referência a essas poucas vergonhas.
E diz que a D. Maria morreu virgem, coitada.
Como chegaram a essa conclusão também seria interessante saber...

Beijinho

Anónimo disse...

Isto é vai ali uma açorda! Só birgens...

A. João Soares disse...

Afinal, o homem era muito humano, com as virtudes e os defeitos das pessoas normais!
E uma das virtudes foi nunca se ter visto envolvido em licenciaturas feitas a canivete em madeira macia, nem em Freeports.
Pelos vistos ninguém fala em apartamentos de luxo comprados a pronto em «offshores».
Vejamos os episódios, certamente exagerados!!
Abraço
João Soares

isabel mendes ferreira disse...

deliro. mas deliro mesmo.


forte abraço.


.

Ana disse...

Salvo:
É também uma grande salada.
Não direi "russa" porque dessas o nosso herói não provava.
Chmemos-lhe, então, salada grega:
Muito tomate, muito pepino, muito queijo (feta) e muitas ervas aromáticas.

Abraço

Luis Eme disse...

também se pode virar a história do avesso...

qualquer dia até dizem que o senhor era um verdadeiro democrata.

abraço Ana

Ana disse...

João:
Exactamente. Era muito humano e, pelos (ainda não) vistos, a carne era fraca.
A colecção de canivetes talvez possa dar origem a alguma mesa redonda, com psicólogos a tentar encontrar uma explicação sinistra para a coisa.
Não fique o meu amigo muito descansado por não se falar de apartamentos de luxo e offshores.
Vai ver que, lá para o próximo Natal, aparece uma Felícia Cabrita qualquer, com outro livro contendo mais revelações bombásticas que nos deixarão a todos de queixo caído.
Este tema vende que se farta...

Abraço

Ana disse...

Isabel:
Para tristezas e horror, já basta o quotidiano...

Por aqui, tenta-se aligeirar os assuntos mais pesados.
Enquanto for possível.

Beijinho e obrigada pelas visitas.

Ana disse...

Luís:
Tudo é possível:)))
Lá dizia a minha avòzinha:
Atrás de mim virá quem de mim bom fará...

Abraço

Cristina Caetano disse...

Eu só não estou entendendo uma coisa nessa minha cabeça loira... por que...depois de anos resolveram que esse energúmeno teve vida? A existência dele que eu saiba foi pra destruir a vida dos outros.

Acho que a SIC Internacional não vai passar a série por aqui, mas vou ficar de olho, gosto muito de filmitos de ficção.

Beijinhos

Ana disse...

Cris:
Uma resposta um bocadito longa:

Salazar foi nomeado ministro das Finanças, com o país mergulhado em profunda crise, estando os cofres do Estado sem dinheiro e vivendo-se uma situação insustentável de golpes militares e distúrbios nas ruas.
Com mão de ferro e o sacrifício de muitos, conseguíu inverter a situação financeira.
Mais tarde presidente do Conselho, manteve o país em ditadura durante cerca de 48 anos.
Os seus métodos de governo e as suas vistas estreitas têm sido e continuarão a ser motivo de acaloradas discussões.
A censura, a PIDE e as prisões políticas não serão esquecidas.
Mas não pode dizer-se que ele existiu "apenas para destruír a vida dos outros", porque essa é uma visão redutora e que não corresponde á verdade.
Não há razão alguma para evitar falar do homem.
Quer se goste ou se odeie, ele faz parte da história do país.
Não se pode (nem deve) pegar numa borracha e apagar dali o nome dele.
Tal como se não deve apenas diabolizar a figura, ignorando os aspectos positivos do seu governo.
Mesmo os piores ditadores não tiveram apenas um lado negro.
E este nem foi dos piores.

Deveríamos pensar que é em situações de crise grave que se geram as condições ideais para a revelação e aparecimento de novos ditadores.
De Direita ou de Esquerda.
Façamos figas para que isso não venha a acontecer num futuro mais ou menos próximo.

Posto isto, acredito que a mini-série seja uma valente porcaria.
Pelo sim pelo não, tenciono vê-la, até porque me pode ser muito útil para algum post futuro...

Desculpa lá o discurso...
:))

Beijinho

poetaeusou . . . disse...

*
AI . . .
que a Dona Maria
foi atraiçoada . . .
,
malandro
por isso o gavião
não quis entra na guerra, era
para estar á vontade o atiradiço,
hehehe
,
que eu saiba faltam ... duas,
,
conchinhas da SIC,
,
se o Conde Lumbrales souber
que o sobrinho Balsemão, a quem
deixou o guito, faz tudo isto
devido ás audiencias, dá voltas
no caixote que nem o Zé Ventoinha,
,
*

*

a.leitão disse...

Ana,
Pelo menos uma certeza, o Homem não era Paneleiro nem Pedófilo.

Duarte disse...

Como muito bem dizes, isto promete. Que pena não o poder ver! Ao tratar-se dum personagem tão complexo tudo é possível, ademais de quem tão pouco se sabe, isso pensava eu! Verdade o ficção? Aguardo os teus comentários.

Beijinhos

Pedro disse...

Ana

Como melhor do que eu sabes, os julgamentos hoje em dia são feitos não no pelourinho do povoado mas sim no da "aldeia global" dos media, que tudo julgam sem quase nada ou mesmo nada saberem. Pelo visto, o brinde não calha apenas aos vivos. Os mortos já estão na berlinda, e a fava calhou àqueles que são incómodos para o sistema e regime actuais.
Escrevo isto ainda sem ter visto a série, embora pela sinopse, que tu reproduzes e eu aí já tinha lido, a qual pretende aproveitar-se do "Homem das Botas" para um romance de cordel recheado de peripécias íntimas libidinosas com audiências a preceito. Não os censuro no objectivo mas sim no meio no qual o procuram - a cobardia de lutar contra quem já não se pode defender.
Como ainda não vi a série em questão, não sei que portas ela vai abrir para outras conjecturas, as quais já vi insinuadas nesta caixa de comentários. Se calhar muitas mais versões irão surgir à custa do facilitismo narrativo e no filão da fome vingativa de calúnia e maledicência impune.

Resta-me afirmar que há algo na obra de António Salazar que ninguém poderá apagar da memória viva da nossa Nação: a sua rectidão de carácter e o seu espírito de missão e de Estado. Sem os quais a canalha que hoje nos (des)governa faz o seu arraial de modo impune.

Um abraço
Pedro

Ana disse...

Poeta:
Os homens nunca são de fiar.
Debaixo do ar mais plácido pode existir um vulcão...

Cada vez mais as (supostas) audiências irão ditar o que poderemos ver , caso não queiramos usar o botãozinho vermelho do comando.
Quando me vir em apertos, a primeira coisa que vou pôr no prego é o televisor.
Faz pouca falta e sempre deve dar para um cafèzinho:)

Abraço

Ana disse...

A.Leitão:
Olha que não me espantaria se amanhã aparecesse alguém a explorar esses dois filões.
Se até sobre Jesus Cristo e os apóstolos já se têm escrito cobras e lagartos e até estavam a projectar a rodagem dum filme...

Depois eu é que sou a má língua...

Abraço

Ana disse...

Duarte:
Ontem à noite, mão amiga fez-me chegar o livro da Felícia Cabrita que terá sido a fonte onde o realizador da série foi beber inspiração. O título é "Os Amores de Salazar".
Folheei-o e tem uma série de fotos (das senhoras) e reproduções de bilhetinhos e mensagens amorosas.
Se são verdadeiras ou forjadas, quem pode garantir?
Hoje recorre-se a tudo para ganhar dinheiro.

Abraço

Ana disse...

Pedro:
O que sei é que este é um tema que "vende" muito melhor do que se poderia imaginar.
Com as trafulhices e o descrédito em que caíram os nossos políticos de hoje, as pessoas tendem a fazer comparações entre estes e o homem que nos governou durante quase 5 décadas.
Com todos os seus defeitos, Salazar não se serviu da política para encher os bolsos.
Teve uma vida sem luxos e morreu sem ter feito fortuna.
Os tempos eram outros, o país estava relativamente isolado, existia pouca marginalidade.
Outro pretexto para comparar o que não é comparável.

Temos, então, uma figura que, por preservar ao máximo a sua vida particular, ficou sempre rodeada de uma certa aura de mistério.
E já que ele não contou, haja quem romanceie e imagine as tais cenas libidinosas a que te referes.
Depois, agarras numa Soraia Chaves e é meio caminho andado.
Audiências garantidas!

Como eu já disse, acima, nem Jesus Cristo escapa...

Abraço

Anónimo disse...

É grotesco quererem fazer de Salazar uma espécie de Cristiano Ronaldo engatatão.
A única semelhança é que ambos calçam botas, embora as do melhor do Mundo (boa piada) sejam agora designada por "chuteiras", uma das brasileiradas que adulteram a nossa língua.
O certo é que Salazar incomoda e não é por ter sido votado o melhor dos Portugueses,exceptuando o Ronaldo, claro.
Hoje julgamos viver em democracia apenas porque, patetas alegres, metemos o voto nas urnas onde ficam os restos mortais da nossa ilusão.
Os nossos políticos e os seus amigos fizeram dos partidos o veículo do tacho e da corrupção (mal)disfarçada. Hoje a Censura e a Pide veste outras roupagens, e as forças ocultas existem mesmo. Não são é as que nos atiram para o ar.
Em vez de tentarem o lucro fácil com histórias ridículas, com um fedelho a fingir de Salazar, melhor seria que se inspirassem na realidade cruel da Casa Pia.
Mas para isso é preciso coragem. Na sua farsa, Gil Vicente perguntava :"Quem tem farelos?".
Eu pergunto : Quem tem tomates?

Ana disse...

Mon ami António:
Está-me cá a parecer que, se um Salazar incomoda muita gente, um Cristiano Ronaldo incomoda muito mais...

A censura de hoje tem formas mais subtis de se manifestar e caminha suavemente, com pèzinhos de lã.
Quanto à nova PIDE, está ensaiando os primeiros passos. Os seus principais agentes não são humanos; são electrónicos e tanto tomam a forma de cãmara de vigilância como de minúsculo chip.
O tio George (Orwell) é que sabia...

Voltando ao inspirador da Cabrita, o original, o da bota de elástico, acho que não iria gostar lá muito de se ver na pele de um alfenim como o Diogo Morgado que, ainda por cima, é um bocado canastrão.
Já quanto à Soraia, duvido que se importasse...

Esses produtos hortícolas que refere, estão - dizem os entendidos - a desaparecer progressivamente das terras do chamado mundo ocidental.
Na Alemanha, por exemplo, parece que só uma senhora os cultiva.
Mais fortes são os da horticultora da Islândia, se bem que, dessa variedade, eu, pessoalmente, dispenso.
Cá em Portugal, a geada e a neve destruíram completamente os poucos que tinham sido semeados.
Só importando umas sementes do médio oriente ou assim, a ver se pegam, do que eu francamente duvido dada a má qualidade dos solos.

Abraço

Cristina Caetano disse...

:) Ok, mas ele manteve o país em estado de paralisia durante anos. Esse é o mal dos ditadores, sejam de esquerda ou de direita.

Beijinhos

Ana disse...

Cris:
Outro mal (um dos outros males) dos ditadores é o apego ao poder que impede qualquer alternância de políticas.

Oi, nova Cris!
Gostei da mudança. Espero que não seja partida do HaloScan, hehehe...

Beijinho

Cristina Caetano disse...

Não, dessa vez o Haloscan não é culpado... é que andei indo à praia, fiquei com alguma corzinha e achei que a foto atualizadíssima caía bem no perfil.

Obrigada e muitos beijinhos

Ana disse...

Cris:
E caíu mesmo bem!
:))
Beijinho

Bottled (em português, Botelho) disse...

Cara vizinha Ana,

O nosso Salazar também...?

E com tantas moçoilas jeitosas...?

Seria ele danadinho para a brincadeira?

A queda da cadeira teria resultado de um mais impulsivo, como chamar-lhe?, devaneio amoroso?

A referência à banheira, agora tão actual, teria a ver com...?

E quem é que presenciou isto tudo e o reduziu a escrito para a posteridade?

Teria sido Sá Leão?

Finalmente descobri as razões da dita dura!!!

À sua!

Hic Hic Hurra

Ana disse...

Caro Zé:
Aí estão sete interrogações que ajudam a explicar muita coisa...

Parece-me que acertou na mouche...
O homem foi um incompreendido durante toda a vida.

À sua!

PS- A competência do Sá Leão estará mais em filmar do que em escrever.
Consta (é o que ouço...) que os filmes dele até têm diálogos um tanto pobres...