Se eu fosse Carteiro, gostaria de ter um cãozinho destes que me lambesse os sobrescritos meio descolados, para evitar que me suspeitassem de tentativa de violação de correspondência. Se eu fosse Carteiro gostaria de ter amigos que se lembrassem de mim, no meu dia e em todos os outros. Se eu fosse Carteiro só levaria cartas com boas notícias e postais coloridos com os tons da amizade.Deitaria fora os avisos de multas e intimações dos tribunais. Se eu fosse Carteiro, encostaria a bicicleta a uma árvore frondosa, sentar-me-ia num banco de madeira e pediria à menina de tranças um jarro de vinho rosé, muito fresquinho, e um colheria um ramo de MARGARIDAS para oferecer à minha namorada, embrulhado num bouquet de metáforas...
Também agradeço a força e a graça de todos os comentários, já que a Magra Carta continua fechada e sem ameaços de qualquer violação de correspondência...
Tenho saudades das cartas que recebia, o carteiro aqui em casa só entrega contas, há tempos que minha comunicação com os outros é feita por email, bem menos poética, mas bem mais rápida.
Que trabalho mais árduo o do carteiro. Aproveito para deixar uma breve homenagem a um grande carteio do Porto, que fazia o reparto por Pereiro. Alfredo, foste o carteiro mais profissional do reino. Era o pai dum bom amigo que nos ensinou muitos segredos da profissão, ia em bicicleta, que apenas podia mover com o peso das carta, então escreviam-se cartas!
Cris, Parece que todos nós estamos hoje quase reduzidos a contas, avisos, registos e comunicações bancárias. A correspondência pessoal é pouquíssima. Alguns cartões de Boas Festas no Natal e um ou outro cartão de agradecimento de qualquer coisa. MUITA publicidade dirigida (os nossos endereços e telefones estão mais divlgados que "a palavra do Senhor"...) Os telegramas simplesmente parece que desapareceram. Com as mensagens de telemóvel, quem precisa deles?
Tudo é mais rápido, sim, mas não tem a mesma graça... E nem paramos para pensar nisso, não é?
Em compensação, o que nos rimos e aprendemos com os E-mails:)))))
Duarte, O mundo andou mais depressa do que nós. Sobretudo os que já não são exactamente uns jovens. Aqui na rua, quem distribui a correspondência, na maior parte dos dias, é uma senhora. E bem franzina, por sinal. Mas vem uma carrinha trazê-la aqui perto e a correspondência, de porta para porta, é transportada num pequeno trolley.
Quando eu vivia no Porto (há uma eternidade...) tudo nos vinha parar á porta. Era o leite, o jornal, o pão, as compras da mercearia... As ruas, pela manhã, alegravam-se com os pregões... tudo isso nos fica gravado na memória.
Ora aí está. Falaste no teu amigo carteiro, fizeste vir à tona o momento da saudade... Bom é termos coisas agradáveis para recordar.
Raro é o dia em que não nos entra uma pedrita no sapato. Se umas magoam menos, outras são o suficiente para nos deixarem a coxear. Tentemos então sacudir bem o calçado, a ver se as malvadas saem.
18 comentários:
Se eu fosse Carteiro, gostaria de ter um cãozinho destes que me lambesse os sobrescritos meio descolados, para evitar que me suspeitassem de tentativa de violação de correspondência.
Se eu fosse Carteiro gostaria de ter amigos que se lembrassem de mim, no meu dia e em todos os outros.
Se eu fosse Carteiro só levaria cartas com boas notícias e postais coloridos com os tons da amizade.Deitaria fora os avisos de multas e intimações dos tribunais.
Se eu fosse Carteiro, encostaria a bicicleta a uma árvore frondosa, sentar-me-ia num banco de madeira e pediria à menina de tranças um jarro de vinho rosé, muito fresquinho, e um colheria um ramo de MARGARIDAS para oferecer à minha namorada, embrulhado num bouquet de metáforas...
Obrigado, Ana! Um beijinho.
António,
Como um verdadeiro "POSTINO"...
Também agradeço a força e a graça de todos os comentários, já que a Magra Carta continua fechada e sem ameaços de qualquer violação de correspondência...
Renovo os votos do post.
Beijinho
*
gosta va de ser Garcia,
para receber a "tal" Carta,
,
conchinhas,
fernandinhas do bulhões,
,
*
Poeta,
Mas olha que é bem boa a sensação de conseguir entregá-la...
E às vezes não é nada fácil:))
Beijinho
Oh, Mr. Postman!!! :)
Tenho saudades das cartas que recebia, o carteiro aqui em casa só entrega contas, há tempos que minha comunicação com os outros é feita por email, bem menos poética, mas bem mais rápida.
Beijinhos
Que trabalho mais árduo o do carteiro.
Aproveito para deixar uma breve homenagem a um grande carteio do Porto, que fazia o reparto por Pereiro.
Alfredo, foste o carteiro mais profissional do reino. Era o pai dum bom amigo que nos ensinou muitos segredos da profissão, ia em bicicleta, que apenas podia mover com o peso das carta, então escreviam-se cartas!
Um grande abraço, querida amiga e um bom domingo
Cris,
Parece que todos nós estamos hoje quase reduzidos a contas, avisos, registos e comunicações bancárias.
A correspondência pessoal é pouquíssima.
Alguns cartões de Boas Festas no Natal e um ou outro cartão de agradecimento de qualquer coisa.
MUITA publicidade dirigida (os nossos endereços e telefones estão mais divlgados que "a palavra do Senhor"...)
Os telegramas simplesmente parece que desapareceram. Com as mensagens de telemóvel, quem precisa deles?
Tudo é mais rápido, sim, mas não tem a mesma graça...
E nem paramos para pensar nisso, não é?
Em compensação, o que nos rimos e aprendemos com os E-mails:)))))
Beijinho, Cris.
Duarte,
O mundo andou mais depressa do que nós. Sobretudo os que já não são exactamente uns jovens.
Aqui na rua, quem distribui a correspondência, na maior parte dos dias, é uma senhora. E bem franzina, por sinal.
Mas vem uma carrinha trazê-la aqui perto e a correspondência, de porta para porta, é transportada num pequeno trolley.
Quando eu vivia no Porto (há uma eternidade...) tudo nos vinha parar á porta.
Era o leite, o jornal, o pão, as compras da mercearia...
As ruas, pela manhã, alegravam-se com os pregões... tudo isso nos fica gravado na memória.
Ora aí está.
Falaste no teu amigo carteiro, fizeste vir à tona o momento da saudade...
Bom é termos coisas agradáveis para recordar.
Bom Domingo, Duarte.
Beijinho.
Agora com os e-mails os carteiros vão tendo menos trabalho...
Red Eagle,
Em contrapartida, andam carregados com multas e avisos...
Beijinho
Mas esses perscrevem e temos sempre alternativa de não assinar e dizer que é desconhecido... :)
Cara vizinha Ana,
Magnífica mensagem.
É mais de meio caminho andado para que se sele uma amizade, só lhe digo...
À Sua!!!
Hic Hic Hurra
Assim é. Assim foi: tu estiveste bastante perto.
Obrigado pelo apoio.
Um abraço
Eu adoro cateiros!
O da minha infãncia - Sr. Mário - e o de Pablo Neruda :)
que bela ideia me deste!
obrigada :)
Red Eagle,
Malandrice:))))
Beijinho
Vizinho Zé,
Foi uma mensagem de paz...
Que os cães costumam ser inimigos tradicionais dos carteiros:)))
Beijinho.
À sua!!!
Duarte,
A vida aproxima-nos dumas pessoas e afasta-nos de outras.
Às vezes mas depressa do que seria desejável.
Beijinho
Marta,
O do Pablo Neruda, então, é inesquecível!
Beijinho
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