Em estado de choque.
Foi como eu fiquei ontem, ouvindo o senhor presidente a deixar saír aquele sacrilégio pela boca fora!
Hoje, entretanto, já tenho motivos para rejubilar:
Nem o Bloco nem o PCP andavam a dormir na forma, haja Deus.
Assim, espero que, para além das obrigatórias explicações aos nossos representantes na A.R., seja o supremo magistrado da Nação obrigado a lavar a língua com sabão Clarim e colocado, a seguir, virado para a parede, a escrever a frase "
25 de Abril sempre, fascismo nunca mais". Num caderninho de linhas.
365 vezes, que é para ver se aprende.
Apre!
E POR FALAR EM RAÇA, RACISMOS E QUEJANDOSPasso na avenida da República e dou de caras com um daqueles telões que tapam um prédio de 15 andares, inteirinho.
Ali está, agigantada, a nossa divindade suprema, arvorando cara de poucos amigos, a ilustrar duas interrogações:
"Quando é que é suficiente?Quando fazemos «shoarma» dos turcos?"
«
Shoarma», esclareço os menos atentos, é uma receita que leva:
Carne de borrego partida em pedacinhos; sal; cominhos; alho; açafrão; gengibre; pimenta preta; paprika; canela; sumo de limão; banha.
Frita-se a carne, temperada com toda aquela tralha e serve-se dentro de uma espécie de pão achatado a que chamam «
pita».
Ora pespegar um cartaz destes ali, a chamar a atenção do pessoal passante, é o que se pode chamar uma bela publicidade. E de muito bom gosto.
Mais: é saber estimular da melhor forma o nosso orgulho patriótico.
Eu, se fosse turca, havia de me apetecer pintar logo a cara de preto.
E fica a matar, quando calha a olharmos para ali, justamente no dia da raça.
Oooops, eu disse
pintar a cara de preto? E escrevi
raça? Raça de palavras que, sem querer, se nos colam no subconsciente!
Vou ter que me auto-punir:
Bibá selecção!
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