domingo, 4 de julho de 2010

NO MEU TEMPO...



Tempos tremendos estes que nos calharam em sorte.
As duas notícias acima demonstram inequìvocamente como este povo continua a não estar preparado para viver em completa liberdade.
É certo que o sol ou, neste caso, a rua quando nasce é para todos.
Acontece é que nas nossas cidades há cada vez mais artérias a serem, infelizmente, percorridas por gente que não tem a menor noção do que é um comportamento minimamente adequado .
Quem tem já uns valentes anos no lombo sabe que, antigamente, casos destes não eram de forma alguma o chamado pão nosso de cada dia.
Como se verifica hoje de cada vez que abrimos um jornal ou assistimos a um bloco de notícias num qualquer canal de televisão.

Nos tempos em que havia respeito e decência,
há que dizê-lo com frontalidade,
era impensável que os aleijadinhos se afoitassem alegremente a atravessar ruas de qualquer maneira, atrapalhando os automobilistas (e motards que circulam neste país), actualmente roídos pelo stress, perante todas as trapalhadas que acabam por lhes caír em cima. Coitados.
Ele são as SCUTS, ele é a ameaça dos CHIPS, ele é o combustível caríssimo para abastecer os vários veículos - de quatro e duas rodas - lá de casa, ele é a proibição de estacionar em cima do passeio (ou mesmo em segunda fila), ele são os radares, ele é a EMEL, o diabo a sete!

E quanto às grávidas, no meu tempo ficavam era sossegadinhas em casa, a coser as peúgas dos maridos, a zelar pelo lar e pelos filhos e a confeccionar umas sopinhas (como ainda há dias e muito bem, recomendava a senhora ministra da Saúde), em vez de andarem por aí a exibir barrigões sem qualquer pudor.

Agora?
Agora é o que se vê.
São irresponsabilidades como estas que aumentam os fluxos nas urgências e oneram desnecessariamente os custos da Segurança Social.
Uma vergonha.
.
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14 comentários:

Maria disse...

E no meu também era assim...
Felizmente que sempre cosi mal peúgas... :)))
Devo dizer-te que perdi essa da Ministra da Saúde, embora já tenha lido por aí qualquer coisa que o referia. Por mim, com este calor, a sopa é sempre uma loira!!!

Beijinho, Ana.
(achas que ela nos deixa comer ameijoas?)

salvoconduto disse...

Para já não falar no meu tempo em que o preço do arroz carolino estava ao preço da uva mijona, mesmo assim havia quem o não pudesse comprar e se contentasse com a sopa da srª. Ministra.

Vivesse ela aqui no Porto e batia-lhe à porta com uma panela e uma pedra lá dentro, talvez essa contribuisse com um chouricinho e umas batatinhas, ou será que não?

João disse...

É uma questão de mudança de mentalidades e de atitudes.

É a educação que estes novos rapazes e raparigas vão recebendo, fruto dos exemplos que a família e a sociedade (não) lhes deram.

Antigamente, comportamentos ignóbeis como os descritos eram a excepção, mas hoje, temo-o, serão a regra...

Por isso, Ana, se me permite adaptar o Seu título, eu diria que já não estamos no meu tempo, mas sim no mau tempo!

Beijinhos.

Luis Eme disse...

o mundo mudou.

as pessoas também mudaram.

as mudanças têm sempre um preço, tal como a liberdade.

mas é triste viver num mundo assim, em que muitos cobardes passam o tempo a "assaltar velhinhos" ou a roubar malas a "senhoras inofensivas"...

beijinho Ana

Ana disse...

Maria
Vê-se que não ouviste a Senhora Ministra ou saberias que ela especificou serem as amêijoas também aconselhadas, desde que preparadas e comidas em Sesimbra.

Ai estas distracções!

Beijinho

Ana disse...

Salvo
Mmmmmmmm, ela até tem cara de boa pessoa, o pior é o patrão.
Acho que não te safavas...

Beijinho

Ana disse...

João
É com muita satisfação que volto a encontrá-lo por aqui.

Isto está decididamente muito complicado e com tendência para piorar, dada a impunidade patente.
Além dessa, cresce a instabilidade social, estufa óptima para uns quantos desmandos.
Já hoje, os noticiários falam dum "encontro" pouco amigável de dois gangues no Tamariz.
Vêem-se as imagens e é uma escuridão que eu sei lá...
Espero não ser acusada de xenófoba (ou pior) por ter dito isto...
Também pode acontecer que as imagens colhidas o tenham sido dentro da lógica do arrastão de há dois anos...
Tudo é possível com os "media" (apetecía-me acrescentar uma letrinha quase no meio mas não o vou fazer...) que temos.

Mau, muito mau tempo, João!

Beijnho

Ana disse...

Luis
Lá isso mudou, meu amigo e quanto!
Temos de tentar adaptar-nos ao que há mas lá que custa, custa!

A mim aflige-me especialmente que, em definitivo, não se respeite ninguém. Quanto mais frágil, mais apetitoso para atacar.
Como os leões com as crias dos búfalos...

Qualquer dia... (diria o diácono Remédios) anda tudo outra vez a 4, com as mãos pelo chão.

Beijinho

Cristina Caetano disse...

E ainda tinha o período de resguardo depois do nascimento do rebento, não era assim? Ouvi dizer... :)

Eu só não entendo porque mudou, deveríamos evoluir e não regredir ao tempo do "olho por olho e dente por dente".

Beijinhos

Ana disse...

Cris
Foste a primeira a levar com a moderação de comentários...
Sorry.
Brevemente direi porquê.
Até na blogosfera existem algumas cavalgaduras...

Pois, antigamente havia o "resguardo", hehehe...

Beijinho

poetaeusou . . . disse...

*
Porque chamam
Segurança Social
á Insegurança Real ?
assim não quero brincar,
prontes,
,
conchinhas ficam aqui !!!!!!
,
*

Ana disse...

Poeta
Insegurança real ou real insegurança,
acho que o nome fica a matar...
Salvo seja.

Beijinho

Duarte disse...

Aqui começam a tomar medidas e os centros ambulatórios de saúde começam a estar mais vazios.
Nos hospitais a malta é mandada para casa porque os médicos não tiveram tempo de atender, ou de operar, aos que lá estavam. Isto é o que acaba de acontecer a uma amiga minha.

Beijinhos

Ana disse...

Duarte
Tempos complicados estes que vêm aí.
Os governos começam agora a cortar a torto e a direito e quem se ressente é a parte mais fraca.
Como sempre.

Beijinho